domingo, 5 de setembro de 2010

Última Parte - Entrevista do Carvalho - Edição de 4 de Setembro de 2010 - Andrade











BC – Alguma crítica construtiva te ajudou ano passado?
A: Com relação à imprensa não me lembro, pode até ter acontecido. Mas tem até um fato curioso. No início do trabalho no Flamengo ano passado, eu estava em dúvida entre uma formação, eu tinha uma coisa na cabeça, mas existia uma dúvida. Aí eu chamei alguns jogadores pra conversar. Eles disseram “vamos desse jeito”. Mas o que eu tinha na cabeça não era isso, era o contrário. Eu disse que não achava que era a melhor escolha, mas já que eles achavam, ok, vamos assim então. Só que nesse dia, as coisas não deram certo. Não é que da minha forma as coisas dariam certo, mas aquilo ficou na minha cabeça:  “eu fui com essa forma e não deu certo, podia ter ido com a que eu achava correta”. Dali em diante, eu não perguntei mais ao grupo. A dúvida era se eu colocava dois zagueiros ou três zagueiros, eu preferia dois, mas o grupo queria três.  O que acontece, é que o zagueiro quer que você bote mais um volante pra proteger ele. O cara da frente quer mais um armador pra municiá-lo...
BC – Se a gente excetuar Pet e Adriano que são óbvios como principais responsáveis pela conquista do hexa, qual outro jogador foi fundamental naquele título?
A: Um jogador que não foi falado, mas foi fundamental e que teve uma importância muito grande, foi o Éwerton. Ele foi importantíssimo naquele momento. O Juan se machucou, e ele foi jogar em seu lugar. Acho que na maior parte da competição, foi ele que jogou. Jogou como ala, como lateral, e eram posições que ele não gostava de jogar, já que era um meia, mas tinha muita qualidade, jogava tanto na lateral como na ala, de meia esquerda, de ponta esquerda. No fim do campeonato, coincidiu a volta do Juan com a fratura no pé dele, mas o Juan voltou ainda sem ritmo. Tentei muito manter ele no início do ano, mas oitenta por cento de seus direitos já eram de uma empresa. Pelo Flamengo, ele não teria saído.
BC – Andrade, você, Adílio, Zico, são diamantes que as divisões de base do Flamengo já revelaram. Mas o Flamengo vive uma crise nas divisões de base. Por qual razão você acha que o clube já não revela mais aquela quantidade de talentos que já revelou? Porque o jogador que chega ao profissional do Flamengo hoje em dia, acaba sendo emprestado, acaba não vingando?
A: O trabalho ali vinha sendo mal elaborado, foi mal feito, por isso o clube sofre agora com isso. Algumas pessoas que passaram ali dentro não fizeram o trabalho que tinha que ser feito. Durante uns quatro, cinco anos o Flamengo ficou entregue nas mãos de algumas pessoas que não faziam um trabalho dirigido ao Flamengo.
BC - Pessoas de fora do Flamengo?
A: Não, pessoas de dentro do clube, mas quem estavam envolvidas em outras situações. Hoje nós temos o Galhardo que ta pronto pra jogar, é indiscutivelmente o melhor de sua geração. Depois que o Léo Moura sair, o Flamengo pode ficar tranqüilo que ele vai jogar ali muito bem.
BC - Pra finalizar Andrade, a Nação Rubro-negra está sofrida, o ano não tem sido fácil, os resultados não saem, algumas pessoas já começam a discutir a condução do departamento de futebol pelo Zico, que mensagem você deixa para torcida?
A: Antes de mais nada, eu quero agradecer o apoio do torcedor do Flamengo, o carinho que sempre teve comigo, mesmo depois de sair do clube. Como rubro-negros, nós temos que acreditar, acreditar sempre, como acreditamos no ano passado. Nós rubro-negros temos que acreditar sempre na virada, em tentar uma vaga pra Libertadores. Hoje só nos resta isso, ter fé e acreditar que esse time possa se superar. Eu acredito nesse elenco, a base de 2009 está ali. Para fazer uma composição, um ajuste, falta pouca coisa. Apenas o ataque foi mais mexido, mas chegaram dois jogadores agora que a nível nacional, estão dentro dos padrões.

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