terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pode errar, e exerce o direito! - Continuação










Com relação à Silas, Zico disse que já estava com seu nome na cabeça. Mas que procurou outro treinador antes e levou um não.

Se antes justificou a demissão de Rogério com a pressão da torcida, agora tudo é diferente. Disse que o trabalho nos treinamentos e no vestiário não estavam bons e que os jogadores estavam insatisfeitos. Com o quê, não disse.
Outro problema com o time de Rogério, era que não transformava as oportunidade em gols. Levar em consideração que este tinha para pôr no ataque Borja, Val Baiano e Leandro Amaral, nem passou pela cabeça do Galinho. Em todo caso, ainda bem que com Silas, tudo mudou.
Disse que ainda Rogério não estava tranquilo. Talvez por perceber que tinha como chefe alguém que toma decisões de acordo com a vontade da torcida. E chegou ao ponto de ser textual: "Não foi a a torcida que demitiu Rogério." Se demitir significar dar a notícia, pode ser.

Ao justificar as inúmeras mudanças na comissão técnica com entra e sai de treinadores, justificou que hoje em dia é assim que os técnicos querem trabalhar. Cogitar a hipótese de impor a vontade do Flamengo, nem pensar.
Precisam avisar a ele também que Muricy, melhor técnico do Brasil nos últimos cinco anos, levou apenas o auxiliar para o Fluminense.

Voltando ao possante Val Baiano, disse em sua defesa que ele foi vice-artilheiro do campeonato do ano passado. Com essa declaração ele simplesmente acaba de absolver os incompetentes dirigentes rubro-negros que contrataram Dill, Dimba, Souza e Josiel com a mesma justificativa.
Todos esses jogadores aliás, foram artilheiros em times médios, o que indica algo mais que uma coincidência. Jogando num time desse nível, é muito mais fácil para um centroavante limitado fazer muitos gols, porque na maioria das vezes no campeonato brasileiro enfrentarão contra equipes de maior nível, logo, jogarão no contra-ataque.
Já num time grande como o Flamengo, a necessidade de se ter um jogador com o mínimo de técnica e habilidade se torna fundamental,  pois quase sempre jogarão em cima do adversário, sem espaços, tendo portanto que criar, e não aproveitar espaços. Mas talvez esse raciocínio seja complexo demais para quem contrata um jogador que foi reprovado por deficiência técnica pelo Madureira. Jogador que ele disse que é apropriado para jogar no campeonato brasileiro sub-23 que será lançado em breve.
Ou seja contratou o jogador, pagando (ou melhor, se comprometendo a pagar, pois ainda não quitou nenhuma das três parcelas acordadas fazendo o clube passar o vexame de ser cobrado nacionalmente ontem pelo modestíssimo Caxias) a quantia de Trezentos mil reais para nada.

Quando foi perguntado sobre a possível participação dos filhos nas três piores negociações do clube em muito tempo, Borja, Val Baiano e Leandro Amaral, deu uma gargalhada.
Disse que Val Baiano não tem empresário e fechou direto com ele.
Com relação a Borja, disse que esteve uma vez com seu empresário - que deve ser aliás, um homem de gigantesca capacidade de persuasão - e que não tem nenhuma amizade com ele. Falou que mostrou o nome do atleta e que foi aprovado.
Eu fico imaginando o Rogério, que foi demitido sem jamais ter sido efetivado de forma convincente, sendo perguntado pelo Zico se aprovava um jogador que ele já tinha aprovado e dizendo NÃO.
Verossímil, não? Perrout em ajuda, disse que o jogador brilhou num Sul-americano. Eu daria um dedo pelas fitas desses jogos.

Em relação direta à participação ou não de seus filhos nas nefastas negociações, disse que seu filho Júnior teve uma empresa com o filho de Valdir Espinosa, mas que não faz mais parte da mesma. Quando fazia, o filho de Espinosa pediu sua participação na vinda de Cesar Ramirez para o Flamengo.
Em resumo, negou tudo que circula nos bastidores do jornalismo esportivo carioca.

Ao ser perguntado pelo jornalista Felipe Cardoso se sem sua participação nas negociações de Diogo e Deivid, os mesmos não viriam, se encheu de modéstia, e disse que talvez sim, talvez não...
Mas sejamos justos, coisa que ele não foi consigo mesmo: com os salários que ele se comprometeu a pagar aos dois, quase Quinhentos mil reais de salário pra cada um, pois só se mexeu para finalizar as contratações nos últimos dias da janela com a corda no pescoço, ele traria boa parte dos jogadores que pretendesse.
Entretanto, disse que entre outros pontos positivos, as duas contratações eram boas porque não trariam prejuízo na parte financeira.
É verdade.
Trariam prejuízo se pagasse Quinhentos mil reais pelos dois juntos mensalmente. Pagando essa quantia por cada um, devido à sua injustificável morosidade e incompetência desde que assumiu e até o fim da janela, ele trouxe foi uma calamidade aos cofres rubro-negros.

Para encerrar, lamento apenas mais uma vez como foi concebida a entrevista, que em seu final nos brindou com a seguinte pérola enviada por um ouvinte e avalizada pelo entrevistador: "Não desanime Zico, só você para resgatar e moralizar o Flamengo".

Se isso proceder, podem apagar a luz.

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