sábado, 4 de setembro de 2010

4ª Parte - Entrevista do Carvalho - Edição de 4 de Setembro de 2010 - Andrade


BC – Eu me lembro de uma entrevista do ex-vice de futebol do clube Marcos Bráz na ESPN Brasil, em que ele dizia que caso Vágner Love viesse a jogar no Flamengo, ele teria sim os mesmo privilégios do Adriano. Esse tipo de declaração da pessoa a quem você recorre quando há problemas, acabou atrapalhando, era evitável?
A: Acho que ele não queria dizer isso. Mas acabou falando e foi ruim, ele era o chefe e se o chefe fala que este jogador tem regalias, eu sou o treinador, estou abaixo dele, como eu vou dizer que não? Isso soou mal pros outros, como é o caso do Pet, ele se indispôs com isso. Ele estava no mesmo patamar dos outros dois mas só os dois teriam regalias e ele não. Isso mexeu realmente com a vaidade, com o emocional dos jogadores. Acredito que até com o Bruno também tenha mexido, personalidade forte, carisma muito grande perante a mídia e a torcida... Nos outros talvez nem tanto. Mas em relação a esses dois jogadores, Pet e Bruno, houve um efeito negativo. E eu, abaixo do Marcos, não podia chegar pro Adriano e pro Vágner e dizer “Olha, vocês não tem”. E no final de tudo isso ainda puseram tudo na minha conta, dizendo que eu não tinha comando. Ninguém assumiu nada, ninguém segurou nada. Mesmo com fatos como esse se tornando públicos, eles acharam mais simples botar tudo na conta do Andrade, é mais prático. Ninguém teve coragem de assumir nada, as pessoas se omitiram e depois forma dizer que o Andrade é que não teve comando, quando na verdade todo mundo sabe que não foi bem assim. Eu tinha que treinar o time, pôr o time em campo, se eu fosse cuidar da parte disciplinar, eu não precisava de mais ninguém, não precisava de gerente de futebol. Achei que foi uma covardia, quando fizeram esse tipo de colocação que eu não tinha comando. Todos sabem que em todos casos de indisciplina nos clubes o primeiro a falar é o gerente de futebol, no caso do Obina e do Maurício no palmeiras o gerente de futebol foi até a televisão e falou. Eu vi o Silas chegar agora no Flamengo e falar que a parte disciplinar é problema da diretoria. Como é que um grupo sem comando é campeão brasileiro? Peguei um grupo desacreditado, muitos diziam que íamos brigar pra fugir do rebaixamento, diziam que tínhamos um por cento de chances de ser campeão.
BC - Você não acha que no momento dessa declaração do vice de futebol, a presidenta deveria ter assumido a responsabilidade? Ela se omitiu?
A: É verdade, mas eu não gostaria de ficar acusando ninguém agora, mas ela poderia ter tomado a frente como a presidente do clube ela está acima de todos. Poderia ter tomado uma atitude, mas preferiu não fazer nada, poderia ter chegado ali e dito “Não, eu não concordo com isso”. Mas, naquele momento ela preferiu não tomar uma posição. Só acho injusto depois querer colocar na minha conta.


BC – Na saída do Rogério você foi eleito o principal nome para substituí-lo, uma situação rara, pois você havia saído há apenas quatro meses. Sendo o diretor atual um ex-companheiro, você chegou a alimentar esperanças de ser chamado para voltar?
A: Eu tinha todo apoio do torcedor, as pesquisas sempre me apontavam como o principal nome para assumir o time, aliás agradeço esse apoio da nação rubro-negra que sempre esteve do meu lado, as pessoas na rua sempre me agradecem, isso é algo que me engrandece, muitas vezes até torcedores de outros clubes. Minha relação com Zico é normal, mas o fato dele estar lá não ajudaria nem atrapalharia, não sei se dependeria apenas dele. Mas é um critério, acharam que a minha volta não seria interessante e eu respeito isso, mas acho que minha volta ao Flamengo seria reconhecer o erro, e as pessoas são muito orgulhosas pra reconhecer os erros, não tem essa humildade. As pessoas do meio do futebol, são orgulhosas, vingativas.

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