segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Corínthians, simples assim

Eis aí, a parte do cérebro dos árbitros brasileiros que é acionada nos casos de dúvida
 
Como diria Ivo Meireles naquela nada católica canção, "não é mole não".
Uma gripe de enormes proporções tomou conta do blogueiro desde sexta e perdura até agora.
Mas gastarei aqui o que resta de minhas energias.

Quem leu o último post, deve lembrar do primeiro tópico tratado, a volta atrás na punição ao Corínthians, que havia perdido um mando de campo.
Todo este assunto que envolve os benefícios ao time de São Paulo, pode ser resumido de forma muito rápida, mas não o é pela imprensa, por duas razões: primeiro porque não se pode provar;  segundo porque evidentemente assuntos polêmicos dão audiência.
E o resumo é o seguinte: o presidente da CBF tem atualmente uma relação íntima com o presidente do Corínthians. Isto é público. André Sanchez foi chefe da delegação brasileira na Copa da África. Se utilizou inclusive da posição para aliciar jogadores da seleção com a finalidade deles irem para seu clube. Mas voltando, como em qualquer relação no mundo do futebol, ou até fora dele, existem interesses de ambos os lados. Do lado da CBF, o apoio ao candidato dela à presidência do clube dos 13. A liberação sem mais problemas de Mano Menezes para a seleção brasileira. Do lado corinthiano, um fator pra lá de simples: todos saberem que o Corínthians é neste momento, o clube que tem a simpatia de Ricardo Teixeira. E apenas este fato, todos saberem disso(incluindo-se aí os árbitros, os bandeiras e etc), basta para que sempre, na dúvida a decisão seja pró-Corínthians. Não existe complô organizado. Não existe ordem do presidente da CBF para que o Corínthians seja campeão. É utópico imaginar isto sem ser descoberto de alguma forma.
O que existe sem dúvida alguma, é uma pressão psicológica para cima de todos os árbitros que apitam jogos do time paulista. Uma pressão silenciosa, abstrata, mas mais do que suficiente para beneficiar e muito o time de Ronaldo.
A questão do pênalti de sábado é mais um exemplo dessa linha tênue que fica entre o certo e o errado numa arbitragem pressionada. É um lance duvidoso. Fora da área seria marcado falta na maioria das vezes. Mas alguém acredita que se fosse a favor do Cruzeiro, o juiz marcaria?
E os três impedimentos inexistentes contra o Cruzeiro? O bandeira erraria tão feio contra o Corínthians?
Esse filme não é novo.
Nos três títulos do São Paulo, o clube foi beneficiado em vários jogos, mas ninguém imagina o Marco Aurélio Cunha chegando na sede da comissão de arbitragem com uma mala cheia de dólares. O tricolor paulista era à época, tido e havido pela imprensa como "O" clube, "O" exemplo. E aí um raciocínio lógico floresce na cabeça do árbitro: um erro contra este clube terá uma repercussão muito maior que um a favor.
E aí na dúvida amigo... 
A mesma razão aliás, serve para explicar o inverso. O porque de um clube grande como o Botafogo  ser disparado há anos, o clube mais prejudicado pelas arbitragens.
Porque simplesmente é o que tem a representatividade mais fraca perante à CBF.
Misture isto a campanhas fracas, e a falta de lembrança de alguém poderoso e influente ligado ao clube e nasce aí o patinho feio da história.
Simples assim.

3 comentários:

Mazitu disse...

Texto perfeito! Parabéns! Só discordo da parte que diz que o botafogo é sempre prejudicado...

Samira Calais disse...

Olha, Rodrigo, essas influências políticas é que complicam tudo. O futebol deveria ser jogado em campo. Deveria, mas não é.
Infelizmente são muitos interesses envolvidos, muito dinheiro, muito poder.
E como vc mesmo disse, o Sanches é o mais novo amigo de infância do Teixeira e isso resulta num time mais poderoso do que já era.
Difícil achar hoje em dia um juiz que tenha peito pra enfrentar o Corinthians, o Sanches, o Ricardo Teixeira, o Ronaldo e por ai vai...
Muito complicada a situação.

Samira Calais disse...

E diferente do comentário aí de cima, eu concordo plenamente que o Botafogo é o time mais prejudicado do Brasil. Sem poder, sem ajuda, né?

BlogBlogs.Com.Br