Zico não é mais diretor do Flamengo.
Saiu antes do barco afundar com ele dentro, já que deve ter o exemplo de Roberto em 2008 ainda gravado na lembrança.
Numa análise direta do seu trabalho, foram quatro meses de erros, incompetência, covardia, insegurança e hipocrisia.
À quem torce pelo Flamengo, não deixa um pingo de saudade.
À quem passa pela vida com a necessidade de ser sempre fã, submisso e adorador de quem quer que seja, deve doer mais que um possível rebaixamento.
Não foi à toa que nos meus posts e vídeo-post em que falei de seu trabalho, chamei tais rubro-negros(?) de Ziquistas.
Numa sociedade cujo objetivo é sempre o acerto independente do acertador, é inaceitável e patético que se diga que "se fulano falou, então é verdade", ou "se beltrano fez, então está certo".
Foi colocado lá por covardia e incompetência da presidenta, que ao fazê-lo, quis se livrar da enorme e óbvia responsabilidade que é o departamento de futebol do clube.
Contratações equivocadas(desnecessário citá-las mais uma vez), omissão em momentos importantes(Renato xingou no jogo contra o Palmeiras, a tão decantada como importante, torcida), falta de comando(no absurdo episódio da permissão dada para que "torcedores" fizessem o que ele deveria fazer), hipocrisia(ao repetir inúmeras vezes que pela família não estaria lá, mesmo tendo conhecimento que todos sabem que ganhava 300 mil reais para a função), demissão de um treinador por outro ainda pior( praticada de forma covarde, fugindo da responsabilidade que o cargo exige, colocando na conta da torcida tal decisão) e ene outras coisas.
Na carta de despedida abaixo, fala, fala, fala e a única coisa que se extrai, é a reclamação de que setores do clube fizeram de tudo para derrubá-lo.
O que disse à época de suas explicações sobre a possível participação de seus filhos nas catastróficas negociações que fez, repito agora: pode até ser que tenha sido boicotado e tenha incomodado elementos influentes do clube.
Pena, que nem isso, nem a sua possível idoneidade e lisura, justifiquem a sua enorme incompetência à frente do futebol do Flamengo nesses quatro meses.
Período que começou com a covardia de quem indicou, e termina com a covardia de quem foi indicado.
Já vai tarde.
Ou não, espera a torcida.
"No dia em que aceitei o convite para ser diretor-executivo de futebol do Flamengo fiz questão de me manifestar através do meu site oficial, que sempre foi minha voz, meu canal de comunicação com as pessoas que me acompanham. E não poderia ser diferente agora que venho comunicar minha saída do clube.
"Considero nesse momento que não é possível fazer no Flamengo aquilo que eu gostaria. Percebo que a minha presença não tem sido favorável e, desde a minha chegada, vem causando o descontentamento de muitas pessoas. Não há condições para eu continuar.
"Estou sendo atacado injustamente, principalmente através de meus filhos, que em nenhum momento se envolveram em nada que estivesse em desacordo com os conceitos éticos e morais que aprendi com meu pai. Minha vida sempre foi calcada no trabalho, no respeito e no embate franco diante dos desafios. Não posso permitir que esse duelo covarde continue a acontecer usando a minha família, que vem se desgastando nas últimas semanas.
"Queria agradecer a Patrícia pela oportunidade de tentar fazer mudanças que considero importantes para o Flamengo, não apenas no futebol profissional. Meus planos seguiam pelas divisões de base, de onde eu vim, e vislumbravam a construção de um Centro de Treinamento - que sempre foi um sonho desde os tempos em que eu ainda jogava no clube. Espero que estas sementes não sejam desperdiçadas.
"Tomar uma decisão como essas não é fácil. Mas espero que todos entendam que não posso carregar comigo a desconfiança de um dos setores mais importantes do clube, o Conselho Fiscal. E não há condições de debater com essas pessoas que estão a serviço de sabe-se lá quem ou o que, dispostas a jogar sujo e minar o próprio clube.
"Quando aceitei o desafio de assumir o futebol do Flamengo, sabia das dificuldades e meu discurso era no sentido de uma atuação de consenso, unindo forças dentro do Flamengo. O objetivo era angariar o apoio de quem quisesse o bem do clube.
"Não travo batalhas de poder e dinheiro, jamais fiz em nenhum lugar por onde passei. Minha arma na guerra sempre foi o trabalho, a transparência e a lisura com as quais segui conduzindo cada negociação que fiz ao longo desse período como dirigente. Minha vida sempre foi aberta a quem quisesse pesquisar e, se não consegui levar o CFZ do Rio à Primeira Divisão do Rio, muita gente sabe que foi também por não me curvar aos desmandos de quem comandava o futebol carioca.
"Se eu cometi erros como diretor- e sou humano para isso – saibam que agi sempre no intuito de acertar e observando o que julgava melhor para o Flamengo. Em nenhum momento desonrei quem acredita em mim.
"Gostaria de agradecer ainda a cada funcionário do clube que me apoiou nesse período. Infelizmente não vai ser possível cumprimentar um a um, mas espero que todos se sintam abraçados por mim. E dizer aos jogadores, a quem eu também agradeço pelo apoio constante, que eu confio na capacidade deles de superar essa situação.
"Dediquei quase toda a minha carreira como jogador profissional
"Para mim, esta quinta-feira foi um dia especial porque nasceu meu neto Antonio, mas ao mesmo tempo morreu no meu coração esse Flamengo de hoje que está representado por essas pessoas, algumas delas que sequer conheço e atuam dentro do clube como se fossem os donos.
"Ao torcedor fica meu lamento e o maior agradecimento de todos. O que ouvi ao longo do tempo foi sempre apoio, incentivo, mensagens de força. Mas realmente, nesse momento sinto que a minha presença está prejudicando o clube. É preciso união e muita gente está mais preocupada em me tirar do cargo do que com o Flamengo. Portanto eu saio.
"Para encerrar, quem me conhece sabe que as acusações levianas envolvendo a minha família e o CFZ não vão ficar no esquecimento. Faço questão de ir atrás judicialmente de tudo o que foi dito dentro e fora do clube.
"Obrigado, Zico".
3 comentários:
Olha, eu tenho que discordar de vc.
Ele pode até ter sido um pouco "covarde" sim, como vc diz.
Mas eu acho que ele era muito "podado" lá dentro. O diretor do Conselho Fiscal não deixava ele fazer nada. Um diretor de futebol deve poder contratar quem ele quer, não é verdade? No Flamengo não era assim.
E depois que ele começou a ser bombardeado, como ele nao tem o rabo preso mesmo, ele pulou fora. Tá mais que certo, na minha opinião.
Melhor sair antes, tentando, do que ir junto num projeto que vc não está conseguindo fazer parte.
Rodrigo, só uma pergunta? Vc eh Flamenguista? ehhehehe.
Lá no meu blog tem um post falando sobre o que deu errado na passagem de Zico pelo Flamengo.
Depois passa lá.
oquedeuerradofc.blogspot.com
Concordo contigo,Carvalho. Foi um papelão do galinho. Sair quando a situação apertou é um pouco de covardia mesmo. Aquele abraço.
rodrigo como assim fazer parceria??
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