sábado, 4 de setembro de 2010

5ª Parte - Entrevista do Carvalho - Edição de 4 de Setembro de 2010 - Andrade






 


BC – Você era Botafogo quando criança, certo?      
A: Sim, na minha infância em Juiz de Fora, eu torcia pelo Botafogo. Era aquela época de Jairzinho, Fischer, Ferreti, Paulo César, era o grande time da época.
BC – Aquele sexto gol contra o Botafogo no jogo da forra deve ter sido um dos principais gols da tua carreira. Apesar de não dar um título, é um dos momentos mais importantes da história do Flamengo e também da sua carreira. A tua alegria naquele gol é comparável a algum outro momento no futebol?
A: É a principal alegria. A final do mundial pode ser que chegue perto. Ainda bem que conseguimos, senão carregaríamos aquela frustração até hoje.
BC – Você naquele jogo da década de setenta, em que o Botafogo venceu por seis a zero no aniversário do Flamengo, você estava em Juiz de Fora e vibrou com aquela vitória, adorou?
A: Eu era garoto, devia ter onze, doze anos, já era Botafoguense, fiquei feliz com aquela vitória.
BC – E no seis a zero que você realizou para a torcida do Flamengo, vibrou mais ainda?
A: Sim. Aquele sexto gol, quando você faz um gol com o Maracanã cheio, a importância que tinha aquele gol, parece que em alguns segundos, você flutua, parece que é um astronauta, e apaga tudo na tua mente, não sabe onde está, se está no Maracanã, e dali a um segundo você volta a realidade. É um momento tão prazeroso, de tanta alegria que você se desconecta, sai do ar por alguns segundos.


BC – Você lembra do clima no vestiário depois do jogo?
A: Era um clima de alegria, de euforia, quase um título. Vestiário lotado, imprensa, aquele alvoroço, dirigentes, parecia que tínhamos ganho um título. E eu tive um privilégio, porque não era um goleador, naquela época a gente jogava com um volante só, eu quase não saía pro ataque, aparecia de surpresa pois chutava bem de média distância, pegava uns rebotes. Naquele jogo eu tive duas chances, uma que chutei por cima que eu brinco que foi pra aquecer, e depois aquela bola que era uma jogada típica do Flamengo, trabalhada de pé em pé. Tive uma felicidade de pegar bem, era uma bola muito difícil de pegar de bate pronto, e ela pega na veia. Ou você pega na veia ou manda na geral. Foi um privilégio, no meio de tantos artilheiros, fazer o gol da vingança.

Nenhum comentário:

BlogBlogs.Com.Br