sábado, 4 de setembro de 2010

6ª Parte - Entrevista do Carvalho - Edição de 4 de Setembro de 2010 - Andrade


BC – Aquele grupo é indiscutivelmente o principal da história do Flamengo. Como já vimos, quando um time vence não se fala dos problemas. Aquele time do início da década de oitenta também tinha seus problemas de relacionamento, mas devido às vitórias serem muitas, esses problemas acabavam não chegando à imprensa?
A: Aquele time não tinha problemas, não tinha vaidades, mas eu nunca havia pensado nisso, talvez não tivesse em função do que falou, por causa dos resultados. Era um time que vencia muito, então os resultados acabavam por camuflar tudo, era um time que perdia pouco. Havia grupos de gerações diferentes, tinha o do Zico, Carpegiani, Raúl, Júnior que estavam já com seus vinte e sete anos. Havia um grupo de outra geração que era eu, Tita, Adílio, Júlio César, pois viemos da base jogando já há três anos juntos.
BC: Como você avalia a crítica esportiva hoje, a acompanha?
A: Há a crítica positiva e a negativa. Há colocações maldosas, pejorativas que são feitas pra denegrir a imagem da pessoa, é gratuita, debochada. Há aquela também que faz a crítica só depois do resultado, aí é fácil, até minha mãe vai me dar mil opções diferentes. “Depois do jogo eu faria isso”, eu também faria diferente pô, não deu resultado! Alguns fazem colocações como se fossem os donos da verdade. Eu fico pensando, se esse cara fala com tanta propriedade, se ele tem tanta certeza que é isso, o que ele ta fazendo ali, porque não vai pra beira do campo e vira treinador? Porque com certeza ele vai ganhar pelo menos duas, três vezes mais do que ganha ali. Fazem colocações como se aquilo fosse a grande verdade. Me refiro mais ao pessoal da televisão que vejo comentar, o pessoal que não jogou.       

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